A entrega de Jesus – Boletim ICT – 01/2020

A entrega de Jesus – Boletim ICT – 01/2020

Jesus renunciou às alegrias do céu pelas tristezas da terra, trocando uma imunidade eterna pela proximidade do pecado e pelo contato doloroso com o mal deste mundo. Ele nasceu de uma humilde mãe hebreia, em um estábulo sujo em Belém, um vilarejo comum. Ainda bebê, com sua família, refugiou-se no Egito. Ele foi criado na pequena aldeia de Nazaré e trabalhou como carpinteiro para sustentar sua mãe e as outras crianças da casa. No tempo devido, tornou-se um pregador itinerante, com poucas posses, quase nenhum conforto e sem residência fixa. Fez amizade com modestos pescadores e publicanos. Pôs as mãos em leprosos e permitiu que as meretrizes o tocassem. Entregou-se ao ministério de cura, ajuda, ensino e pregação.
Ele foi mal compreendido e mal interpretado; tornou-se vítima dos preconceitos dos homens e dos interesses vigentes. Foi desprezado e rejeitado por seu próprio povo, e seus amigos o desampararam. Deu as costas para serem açoitadas, a face para ser cuspida, a cabeça para ser coroada com espinhos, as mãos e os pés para serem pregados no madeiro romano.

E, à medida que os pregos furavam sua carne, ele continuou orando por seus torturadores: “…Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo…” (Lucas 23.34).
Um homem como ele está totalmente além do nosso alcance. Ele foi bem-sucedido onde, inevitavelmente, falhamos. Tinha total domínio próprio. Jamais fazia retaliações. Nunca se mostrou ressentido nem irritado. Tinha tamanho controle de si mesmo que, o que quer que os homens pudessem pensar, dizer ou fazer, ele negava-se a si mesmo e abandonava-se ao desejo de Deus e ao bem-estar da humanidade. “Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade…” (João 6.38), disse ele; e declarou ainda: “ Não estou buscando glória para mim mesmo…” (João 8.50). Pois, conforme Paulo escreveu, “… também Cristo não agradou a si próprio…” (Romanos 15.3).
Esta entrega absoluta do ser no serviço a Deus e ao homem é o que a Bíblia chama de amor.

STOTT, John. Cristianismo autêntico. Editora Vida Acadêmica. 2006, p. 45.

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