“Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus”
1 Pedro 3:18.
Este é um dos grandes textos do Novo Testamento sobre a cruz. Ele nos fala da razão principal da morte de Cristo. Vimos que ele morreu como um mártir para a sua própria exaltação e como um exemplo de como suportar o sofrimento com paciência. Agora precisamos penetrar mais profundamente no significado e no propósito da cruz.
Primeiro, Cristo morreu para nos levar a Deus. Por trás desta declaração está a suposição de que estamos separados de Deus e precisamos ser conduzidos de volto a ele. Isto é verdade. Todo o nosso sentimento de alienação e saudade do lar pode ser, em última instância, atribuído à nossa separação de Deus, resultante do nosso pecado. Como o profeta Isaías diz, “os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele” (Is 59.2). O que, afinal, Cristo fez paro resolver essa situação?
Segundo, Cristo morreu pelos pecados, o justo pelo injusto. Para entender isso, precisamos lembrar que o pecado e a morte estão relacionados entre si do começo ao fim da Bíblia como uma ofensa e sua recompensa: “O solário do pecado é o morte” (Rm 6.23).
Mas Jesus não cometeu pecado algum para que precisasse de propiciação. Ele morreu pelos nossos – e não seus – pecados. Como Pedro declara, “ele sofreu pelos pecados… o justo pelos injustos” (1 Pe 3.18), o inocente pelos culpados. É isso que justifica a nossa convicção de que a morte de Jesus foi substitutiva, ou seja, ele morreu como nosso substituto. Nós merecíamos morrer, mas ele morreu em nosso lugar. E porque tomou o nosso lugar, carregou o nosso pecado e morreu a nossa morte, podemos ser perdoados gratuitamente.
Terceiro, Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas. O advérbio hapax (“uma vez”) não significa “era uma vez”, mas “de uma vez por todas”. Ele expressa a finalidade absoluta daquilo que Cristo fez na cruz. É porque ele havia pago toda a pena por nossos pecados que pôde bradar: “Está consumado”. Assim, o que nos resta fazer? Nada! Não podemos contribuir com coisa alguma para o sacrifício de Cristo. Tudo o que podemos fazer é agradecer-lhe por aquilo que ele fez e descansar em sua obra consumada.
STOTT, John. A Bíblia toda, o ano todo. Viçosa, MG. Ultimato. 2007. p.266
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