“Então Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos” – Marcos 10:28.
O Senhor responde que a dedicação tem que ser feita por causa dele, e não pelo que se pode ganhar com ela. Cuidado com a entrega pessoal que é feita visando lucro: “Vou-me entregar a Deus porque quero ser liberto do pecado, porque desejo tornar-me santo.” Tudo isso é resultado de estar bem com Deus, mas esse espírito é alheio à essência do cristianismo. A entrega pessoal não é, em absoluto, para obter-se alguma coisa. A tal ponto nos temos comercializado, que só vamos a Deus para que ele nos dê alguma coisa, e não por causa dele mesmo. Ê como se disséssemos: “Não, Senhor, não é a ti que eu quero, mas a mim mesmo; mas quero-me a mim mesmo limpo e cheio do Espírito Santo; quero ser colocado na tua sala de exposições, para poder dizer: “Eis o que Deus tem feito por mim.” Se entregamos uma coisa a Deus apenas para que ele nos dê algo mais de volta, não há nada do Espírito Santo em nossa entrega; isso é um mísero interesse egoísta e comercial.
Ganhar o céu, ser livre do pecado, tornar-se útil a Deus – tais interesses nunca são levados em consideração quando se faz uma verdadeira entrega, que consiste numa suprema preferência pela própria pessoa de Jesus Cristo.
Quando nos defrontamos com as barreiras dos relacionamentos humanos, onde fica Jesus Cristo? A maioria de nós o deixa de lado: “Sim, Senhor, eu ouvi o teu chamado, mas minha mãe está barrando meu caminho, minha mulher, meus interesses pessoais; não posso prosseguir.” “Então”, diz Jesus, “você não pode ser meu discípulo.”
Provamos a nossa entrega pessoal quando passamos por cima das afeições naturais. Passemos por cima delas, e o amor de Deus envolverá todos aqueles a quem ferimos ao abandoná-los. Tenhamos cuidado para não ficarmos aquém de uma entrega total a Deus. Para a maioria de nós a dedicação total não passa de um ideal.
CHAMBERS, Oswald. Tudo para Ele. Belo Horizonte: Editora Betânia, 2004. p. 58.
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